terça-feira, 28 de setembro de 2010

Afetado pela crise, mercado de ônibus ensaia recuperação e almeja crescimento com eventos esportivos

(28-09-10) - Web Motors - Fernando Miragaya / Auto Press


O mercado de ônibus brasileiro nunca apresentou uma grande pujança comercial. Em épocas de fartura, se mostra um setor bastante estável. Em meio a turbulências econômicas, ao contrário, torna-se muito suscetível. A crise iniciada no final de 2008, por exemplo, ainda está fresca na memória dos fabricantes, mas também já não provoca pesadelos. Depois de registrar 22.566 unidades vendidas em todo o ano passado e uma queda de 16% na comparação com 2008, o segmento já registra 18.533 unidades nos primeiros oito meses deste ano. Um desempenho 30% superior ao mesmo período de 2009. Mas enquanto as projeções para 2010 apontam para 30 mil unidades, os fabricantes estão de olho no futuro. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 fazem os executivos se animarem, além da própria economia brasileira.

Os próximos eventos esportivos, sem dúvida, vão alavancar as encomendas para o setor. Tanto que a maioria dos fabricantes já foca em chassis para os chamados BRTs – Bus Rapid Transport –, sistemas de corredores de ônibus que serão implantados em pelo menos 10 das 12 cidades-sedes do Mundial de Futebol de 2014. As projeções apontam para um incremento de vendas entre 20% a 30% no período até 2016. “Não imaginamos ganhar menos do que 40% dos negócios de BRT que vão acontecer”, avisa Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus América Latina. A concorrente Mercedes-Benz, por exemplo, já articula seus negócios de olho na Copa. “Fazemos assessoria para os órgãos gestores e autoridades públicas, auxiliando na implantação dos sistemas BRTs, além de consultorias no desenho das estações e corredores e auxílio e captação dos colaboradores”, explica Edgard Bertini, engenheiro de Transportes da marca alemã.

A questão da infra-estrutura também anima os fabricantes. Afinal, tais eventos vão demandar, além de um sistema BRT, ônibus de suporte para fretamento e movimento de atletas, delegações, torcedores. Para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, por exemplo, são esperadas grandes demandas por ônibus de turismo e microônibus. “O turismo vai ser bastante explorado e as obras de infra-estrutura devem proporcionar um grande incremento na produção, principalmente entre 2012 e 2013”, prevê Paulo Corso, diretor comercial para mercado interno da Marcopolo, uma das principais encarroçadoras de ônibus do país.

O turismo, inclusive, pode incrementar o segmento de rodoviários, nicho de mercado, aliás, que sofre um marasmo ainda maior. Atualmente, mais de 85% dos chassis vendidos no país são urbanos. Mas até nesse ponto o mercado aguarda por dias melhores. É que, entre 2011 e 2012, as concessões de linhas intermunicipais passarão por um processo licitatório em todo o país, o que deve provocar uma renovação de frota, muito aguardada pelas montadoras. Isso pode fazer com que o mercado de ônibus rodoviário passe dos atuais 15% para até 25% do total de vendas. “As linhas interestaduais e internacionais estão prestes a entrar em uma concorrência. Enquanto isso não acontece, se investe o mínimo necessário nesta parte”, reconhece Agnaldo Mariano, gerente nacional de vendas da Mercedes-Benz.

Só que estas previsões otimistas não têm suas fichas depositadas apenas na Copa ou nas Olimpíadas. Além de projetos como o Caminho da Escola – programa do Governo Federal que financia veículos para o transporte escolar –, o bom momento econômico pelo qual passa o país também provoca expectativa. O crescimento das cidades, na opinião dos executivos, vai exigir novos sistemas de transporte que passam obrigatoriamente pelo ônibus. “O mercado de ônibus vai crescer muito em função da economia nos próximos dois anos. As indústrias estão se descentralizando, indo para outras cidades. Os sistemas de pequenas e médias cidades vão melhorar e alavancar vendas nos próximos três anos”, torce Antonio Camarozammo, diretor de vendas da MAN Latin America, que controla a Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Instantâneas

# No ano, a Mercedes-Benz domina o mercado total de ônibus no Brasil, com 53%, seguido da MAN, com 27%, e da Agrale, com 13%. A Scania tem 2,7%, a Volvo, 1,6% e a Iveco, 1,4%.

# Em janeiro de 2012 os motores de ônibus terão de atender às normas de emissões Euro 5.

# Os negócios internacionais da Marcopolo estão concentrados nos modelos rodoviários: 56%.

# A Volvo prevê uma demanda de 3 mil a 5 mil unidades de chassis só para atender aos sistemas BRTs em 10 cidades para a Copa. Para São Paulo, contudo, a expectativa é por algo entre 6 mil e 10 mil unidades.

# Os primeiros chassis com a marca MAN devem ser lançados a médio prazo e atenderão ao segmento rodoviário de longa distância. Atualmente, a MAN utiliza a marca Volkswagen.

# A produção total de ônibus no ano soma 22.289 unidades – 40% a mais que o mesmo período de 2009 –, com 9.092 unidades exportadas – 51% a mais.

Novidades à força

O mercado de ônibus registra um ou outro lançamento esporádico nos últimos anos. Só que uma renovação de frota forçada vai acontecer a partir de 2012. Assim como no segmento de caminhões, o mercado de ônibus vai ter de atender também às normas de emissões Euro 5. “Apesar de o mercado estar bastante aquecido, não houve ainda a necessidade ou uma demanda que justificasse um novo chassi. Em breve, serão apresentados os novos motores que cumprem o Euro 5”, adianta Agnaldo Mariano, gerente nacional de Vendas da Mercedes-Benz.

Com isso, as montadoras, é claro, já investem nos propulsores eletrônicos, mais eficientes. Para o ano que vem, são aguardados, pelo menos, 20 lançamentos, entre chassis e motores. “Vamos ter mudanças tecnológicas que vão forçar uma nova série de produtos. O Euro 5, por si só, vai gerar novidades”, prevê Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus América Latina.



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domingo, 26 de setembro de 2010

Manaus;AM;Licitação de ônibus interestadual só acontecerá em 201

Busologia Mundial
sábado, 25 de setembro de 2010

Serviço feito a partir de Manaus era monopolizado pela Eucatur, mas decisão da Justiça liberou exploração.

Manaus - A licitação pública que vai definir a exploração do transporte interestadual e internacional no Amazonas só ocorrerá em 2011, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

As empresas escolhidas começarão a atuar no sistema a partir de dezembro de 2011, quando a transição do leilão público termina.

Desde agosto, a Justiça Federal, em atendimento a ação do Ministério Público Federal (MPF), liberou a exploração do serviço às empresas do ramo de Manaus até que o leilão ocorra. Até então, o serviço era monopolizado.

A ANTT, o Ministério dos Transportes e a Eucatur, empresa que detinha permissão exclusiva para atuar no sistema desde 1983, foram condenadas pelo MPF por irregularidades na exploração do serviço. Segundo a sentença do MPF, a empresa não havia participado de procedimento licitatório para explorar com exclusividade as linhas Porto Velho (RO) - Humaitá (AM), Manaus (AM) - Porto Velho (RO) e Manaus (AM) - Boa Vista (RR).

Segundo a assessoria da ANTT, só com a licitação será possível saber se o sistema de transporte interestadual e internacional a partir do Amazonas será explorado por mais de uma empresa.

O estudo para a licitação do serviço está na fase de revisão e elaboração dos Projetos Básicos, Plano Geral de Outorgas, Minutas de Edital e Contrato.

A ANTT informou que está preparando para este ano a documentação para realizar as audiências públicas sobre o serviço.

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